J. Girão de Azeredo
Winemaker
A nossa história
A QUINTA DOS VARAIS, está situada na margem esquerda do rio Douro, na freguesia de Cambres, concelho de Lamego. Foi até ao ano de 1773 um prazo do Convento de Salzedas ao qual pagava anualmente um fôro em vinho da região.
Este facto prova a antiguidade da cultura da vinha nesta propriedade, situada no coração da antiga Zona dos Vinhos de Feitoria – conforme demarcação de 1761.
Desde a década de 80 que a QUINTA DOS VARAIS tem “sofrido” várias transformações, quer na área da viticultura (mecanização das parcelas de vinha e selecção de castas), como na da vinificação (adaptação dos lagares de pedra, mais funcionalidade, etc.) e quer também na área do Turismo de Habitação. Esta actividade tornou-se um complemento á actividade agrícola e foi iniciada na casa solarenga do séc. XVIII, mais recentemente adaptou-se uma pequena casa típica da região, em xisto e piscina privativa.
Foi igualmente nesta década que se iniciou a comercialização do vinho de mêsa, sendo o branco o primeiro a ser lançado no mercado. Proveniente das castas Malvasias Fina, Viosinho e Códega. Vinificado pelo processo de bica-aberta, controlo de temperatura da fermentação.
Já na década de 90 é iniciada a comercialização do tinto, proveniente das castas Tourigas Nacional e Franca e Tinta Roriz, vinificado em lagares de pedra com pisa manual. Após fermentação maloláctica estagia em barricas de Carvalho.
Actualmente a proprietária da QUINTA DOS VARAIS é Dona Lúcia de Castro Girão descendente de uma já longa e contínua geração de proprietários de várias quintas na região do Douro. Desde a plantação do bacelo até ao arrolhamento das garrafas de vinho é um longo e apaixonante processo executado na QUINTA DOS VARAIS sob a responsabilidade do filho da proprietária o vitivinicultor J. Girão de Azeredo.
Origens e Historia da Casa dos Varais
A Casa Nobre dos Varais está construída no sopé do monte, uma paisagem sobre o Vale do Douro com os seus típicos terraços cobertos de vinhas, de onde se produz o Vinho do Porto. O presente edifício da casa dos Varais data dos princípios do século XVIII, embora a construção original se pense ser do século XV ou mais remota. Antigamente era a residência da Nobre Família Coutinho, Lorde de Lamego e Penedono. Penedono é uma aldeia, localizada a cerca de 35 Km. sudoeste de Lamego. Ali existe um castelo, considerado como um dos mais antigos Castelos Medievais existentes em Portugal.
Durante muitos anos, a Casa dos Varais foi ocupada pelos Monges de Salzedas (uma aldeia situada a cerca de 30 Km. Norte de Viseu), que arranjaram uma permissão para ficarem na Casa indefinidamente. No entanto, a Casa foi devolvida à família em 23 de Março de 1753, quando Alexandre Luís de Sousa Coutinho, Governador Militar de Armamar decidiu cancelar a permissão e ir viver para a casa com a sua família.
Em 1808, a Casa foi assaltada pelas tropas de Napoleão, comandadas pelo General Loison. Mais tarde, um incêndio destruiu quase completamente a parte interior da Casa (1944), tendo sido reconstruida pelo proprietário João Baptista de Magalhães Girão, mantendo as linhas originais da arquitectura.
Através dos casamentos, a Casa dos Varais está ligada a várias famílias nobres, como os Castros, os Vilhenas e os Pinto da Fonseca. D. António Manuel de Vilhena e D. Manuel Pinto da Fonseca foram Grã Mestres da Ordem de Malta. O primeiro combateu em muitas batalhas contra os Turcos e teve, uma vez, uma grande frota a seu comando. Os seus restos mortais estão depositados num túmulo, na Igreja de S. João. em Malta.
Álvaro Gonçalves Coutinho, um famoso membro da família Coutinho, foi um dos Doze Cavaleiros Portugueses que foram a Inglaterra no século XIV para honrar o nome de Doze Donzelas Inglesas, que tinham sido insultadas por alguns Cavaleiros Ingleses. A sua alcunha era “O Magriço”, o Cavaleiro Conquistador de Donzelas. Este acontecimento vem narrado no poema épico de Camões “Os Lusíadas”.
Outros membros da família foram distinguidos: Manuel de Sousa Coutinho, 31º Governador da Índia (1588-1591), sendo também Governador de Ceilão e Málaca; Francisco de Sousa Coutinho, Embaixador Português na Holanda, Dinamarca e França durante o difícil período de 1640-1660, em que Portugal, depois de ganhar a independência de Espanha, estava em guerra com a mesma; Alexandre Pinto de Sousa Coutinho, Governador Militar de Armamar, que libertou a Casa dos Varais da posse dos monges de Salzedas, em 1788; e Manuel de Sousa Coutinho, célebre escritor, também conhecido por “Frei Luís de Sousa”.
Manuel de Sousa Coutinho nasceu em 1555 e morreu em 1632. Tinha um tão grande espírito de aventura, que um escritor português escreveu uma peça sobre a sua vida. Foi feito prisioneiro pelos Mouros na Argélia e, quando o libertaram, regressou a Portugal e casou com D. Manuela de Vilhena. Quando Portugal estava sob reinado espanhol, desde 1580 a 1640, Manuel de Sousa Coutinho ateou fogo ao seu próprio palácio para que os Governadores Espanhóis não se pudessem ali alojar enquanto eram expulsos de Lisboa, que ao mesmo tempo estava a ser desvastada por uma forte epidemia. Foi então obrigado a sair do país e, quando voltou a Portugal, alguns anos depois, a sua filha tinha falecido, o que o levou, a ele e à mulher, a retirarem-se numa vida de clausura. Em 1614, Manuel de Sousa Coutinho foi recebido no Mosteiro Dominicano de Benfica, em Lisboa, adoptando então o nome de Frei Luís de Sousa.
O soberano manto, que hoje está guardado na Casa dos Varais, mostra na sua insígnia os sobrenomes das famílias Pereira, Pinto, Coutinho e Sousa. A presente proprietária da casa dos Varais é D. Lúcia de Castro Girão.